EDP promove exposição sobre os últimos dias da Central de Sines
“Histórias de um passado recente” conta como foram os últimos meses da central a carvão. Exposição promovida pela EDP para celebrar as pessoas que fizeram a sua história nos últimos 35 anos abre ao público hoje, em Sines.
As memórias recentes da maior central termoelétrica do país estão no centro da exposição de fotografia que abre as portas ao público esta sexta-feira, 23 de julho, no centro da cidade de Sines. Ao longo de dezenas de imagens registadas pelo fotógrafo Paulo Coelho nos últimos meses de operação da central da EDP, é possível descobrir ou revisitar o espaço industrial onde trabalhadores, máquinas e carvão produziram energia durante mais de 35 anos.
A exposição ‘Histórias de um passado recente’ – organizada pela EDP Produção com o apoio da Câmara de Sines – é assim uma homenagem a todos os que fizeram parte da vida desta central e à comunidade onde se estabeleceu ainda na década de 1980. Com curadoria de Hugo Dinis, a mostra de fotografia poderá ser visitada no espaço da Capela da Misericórdia, junto ao Castelo de Sines, até ao dia 23 de outubro.
Desde as caldeiras gigantes ao labirinto de tubos e aparelhos de controlo, passando pelas montanhas de carvão e as imponentes chaminés, com 225 metros de altura, que ainda marcam a paisagem de Sines, são muitas as imagens e referências que se podem ver nesta exposição – em todas elas, as pessoas são figuras centrais e a principal motivação para recordar o seu trabalho e contributo.
Inaugurada em 1985, a Central Termoelétrica de Sines foi o maior centro produtor de energia no país: produziu 294 TWh de energia ao longo da sua vida, chegando a abastecer um terço da população. Famosa também por contribuir para as águas quentes da praia de São Torpes – devido à proximidade da saída de água do mar usada para refrigerar a central – encerrou em definitivo no passado dia 15 de janeiro. A decisão de fecho, enquadrada na estratégia de descarbonização da EDP e alinhada com as metas de transição energética do país, foi tomada num contexto em que a produção de energia depende cada vez mais de fontes renováveis.
A Capela da Misericórdia de Sines reabre ao público com esta exposição de fotografia, após obras de restauro promovidas pela Santa Casa da Misericórdia de Sines e financiada por fundos comunitários, com o apoio da Câmara de Sines. Com mais de quatro séculos de história, este património é agora um espaço cultural privilegiado enquadrado no grande eixo que liga o Centro de Artes ao Castelo/ Museu de Sines onde acabaram de ser inaugurados os espaços da Casa Forte e a Fábrica Romana.
“Histórias de um passado recente - Central Termoeléctrica de Sines “
Fotografia: Paulo Coelho
Curadoria: Hugo Dinis
Local: Capela da Misericórdia de Sines
Datas: de 23 de julho a 23 de outubro de 2021
Horários: 10h-13h / 14h30-18h (encerra às segundas)
Acesso: gratuito – condicionado a regras de proteção Covid (uso obrigatório de máscara e desinfeção de mãos)
Curador Hugo Dinis
Hugo Dinis (Lisboa, 1977) licenciou-se em Artes Plásticas – Pintura (1998/2004), na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Realizou a Pós-graduação em Estudos Curatoriais (2005/06), na mesma faculdade e na Fundação Calouste Gulbenkian.
Venceu o Prémio de Curadoria do Atelier-Museu Júlio Pomar/EGEAC 2016, com o projeto Estranhos dias recentes de um tempo menos feliz (2017).
Comissariou a exposição Eu (título em construção) (2015), Espaço Novo Banco, Lisboa. Comissariou a exposição intitulada Desedificar o homem (2008), Galeria Municipal Paços do Concelho, Dois paços Galeria Municipal e Transforma em Torres Vedras, no âmbito do projeto itinerante Antena da Fundação Serralves, Porto. Comissariou, conjuntamente com Emília Ferreira, a exposição individual Encontro às Cegas (2020) de Pedro Gomes, Museu Nacional de Arte Contemporânea (MNAC), Lisboa. Realizou a curadoria da exposição individual Bela e Má (2019) de Ana Vidigal, Museu Leopoldo de Almeida, Caldas da Rainha.
Trabalhou como assistente na Galeria 111 (2008/11) e na Galeria Filomena Soares (2011/16), ambas em Lisboa. Colaborou como produtor, investigador e curador no Atelier-Museu Júlio Pomar/EGEAC (2017/19).
Desde 2020, trabalha na Culturgest como assistente de produção da Coleção da Caixa Geral de Depósitos.
Paulo Alexandre Coelho
Paulo Coelho (Cascais, 1981) licenciou-se na Escola Profissional de Comunicação e Imagem. Tem o curso profissional de Técnicas Audiovisuais (EPCI). Henri Cartier-Bresson e James Nachtwey foram a sua inspiração e influência na decisão de se dedicar ao fotojornalismo.
Iniciou a sua carreira profissional no Diário de Notícias, esteve no jornal desportivo "O Jogo" e, em 2006, é convidado a integrar os quadros do extinto Semanário Económico. De 2009 a 2016, pertenceu à equipa de fotografia do Diário Económico.
Realizou em parceria com a AMI (Assistência Médica Internacional) um projeto fotográfico sobre o arquipélago dos Bijagós, na Guiné Bissau, que resultou numa exposição, que esteve patente em Lisboa, Porto e Monforte (2009).
Em 2017, participou da exposição coletiva “Uma imagem solidária”, onde o valor da venda de fotografias foi doado aos Bombeiro Voluntários de Castanheira de Pêra.
Participou na exposição coletiva com o tema “trabalho”, organizada pelo Sindicato de Jornalistas, no teatro São Jorge (2019). Esta exposição fez parte do programa do congresso dos jornalistas, e foi inaugurada pela Sua Excelência Senhor Presidente da República, Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa.
Internacionalmente, publicou na CNN.com, no Guardian, entre outros.