Projetos vencedores

Os projetos vencedores da 4ª edição do programa Tradições já foram selecionados.

Esta edição contou com 68 candidaturas nas mais diversas áreas, desde o artesanato à gastronomia, passando por cantares, crenças, folclore, ferramentas ou pregões que fazem parte de tradições regionais.

De todas estas iniciativas, 10 tradições típicas de diferentes regiões portuguesas foram escolhidas não apenas pela sua relevância histórica e social para as comunidades, mas também pelo impacto que podem ter na criação de emprego, na dinamização da economia local e na própria sustentabilidade das regiões.

A EDP irá distribuir um apoio financeiro de 213 mil euros por estes projetos, de forma a contribuir para a sobrevivência das nossas tradições e para a garantia do seu futuro.

Memórias e Tradições do Estrela Geopark Mundial da UNESCO

Criada em 2016, a Associação Geopark Estrela nasceu com o objetivo, entre outras coisas, de promover e ajudar a desenvolver os municípios da região da Serra da Estrela através da gestão da área classificada Geopark Mundial da UNESCO. 

O Estrela Geopark Mundial da UNESCO é um território onde os locais e as paisagens da Serra da Estrela, que têm relevância geológica internacional,são geridos de forma a garantira sua proteção e desenvolvimento sustentável. Aqui, o património geológico é associado ao património natural e cultural da região, conferindo-lhe identidade e valor. O Geopark tem como objetivo fomentar os sentimentos de pertença e reforçar a sua identidade, beneficiando as comunidades locais e atraindo visitantes e novos residentes. 

Na sua estratégia de desenvolvimento regional estão incluídas as populações que vivem no sopé da montanha e cuja identidade está muito ligada às práticas pastoris, à transumância e aos produtos que foram surgindo destas atividades tradicionais. Com o envelhecimento da população e, consequentemente, com o risco acrescido de se perderem no tempo estas artes, o Geopark quer desenvolver iniciativas que permitam a preservação destas memórias. Para isso, estão a ser implementadas atividades que abarcam todos os géneros e faixas etárias, promovendo, assim, a igualdade de género e a inclusão social. O projeto do Geopark pretende ser intergeracional, fomentando a educação e a passagem de conhecimentos dos mais velhos para os mais novos, de uma forma informal. 

O projeto “Memórias e Tradições do Estrela Geopark Mundial da UNESCO” prevê, com o apoio da EDP, desenvolver várias iniciativas que ajudam à preservação e valorização das tradições da Serra da Estrela, contribuindo não só para a recuperação de práticas ancestrais em vias de desaparecimento, mas também para a sua divulgação junto das populações e dos visitantes. Entre essas iniciativas estão, por exemplo, a utilização dos meios digitais para incentivar crianças, jovens e adultos a participar nas ações pedagógicas e a ajudar na recolha de tradições e memórias. Para além disso, o projeto tem também os seguintes objetivos: 

  • Criar workshops para a partilha de ofícios relacionados com os lanifícios, mais especificamente, a produção do cobertor de papa e do burel 
  • Desenvolver a plataforma digital “Portal da Memória do Estrela Geopark”, que será um acervo digital das memórias dos modos de vida tradicionais da região 
  • Potenciar o convívio e a partilha de conhecimentos entre gerações através das “Sessões de Partilha da Sabedoria Popular”
  • Divulgar as tradições da cultura popular do Estrela Geopark através da exposição itinerante “Memórias e Tradições do Estrela Geopark Mundial da UNESCO” 

O projeto será desenvolvido no território do Estrela Geopark Mundial da UNESCO, começando, primeiro, pelas tradições associadas aos três municípios abrangidos pelo Tradições: Guarda, Manteigas e Seia. Mais tarde, o objetivo é alargá-lo às tradições de todo o território da Serra da Estrela, composto por nove municípios e cerca de 150 mil habitantes. O propósito, a médio prazo, é contribuir para a criação de oportunidades de emprego e negócios relacionados com o artesanato e que apostem no desenvolvimento de novos produtos.

homem a tear o fio da lã do burel

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Casa da Memória

Nascido da vontade de dar a conhecer os saberes e as tradições de Sines à sua população, o projeto Casa da Memória surgiu no primeiro confinamento de 2020. Com o objetivo de não se deixar perder no tempo as artes dos sinienses, a Casa da Memória surge para inventariar, conservar, valorizar e transmitir o património material e imaterial do concelho, mais especificamente as tradições que implicam o trabalho manual e os conhecimentos passados de boca em boca e pelo ver fazer.

A Casa da Memória é um projeto de mediação cultural, que explora as atividades tradicionais de Sines, selecionadas pelo seu caráter sazonal e a sua ligação à natureza. O critério é que as tradições estejam intimamente ligadas às comunidades e ao território do concelho e que se centrem no trabalho com as mãos. Da gastronomia ao artesanato, passando pelas artes da pesca, a faina marítima e a agricultura, as atividades devem poder ser reproduzidas pelo público. O projeto da Casa da Memória, que será albergado na “Casa Preta”, irá funcionar como um “mini-planetário”, em que, numa instalação multimédia visitável, serão apresentados conteúdos representativos da identidade cultural do território. Estes conteúdos serão renovados tendo em conta a sazonalidade das tradições e a natureza, adequando-se as temáticas aos conteúdos escolares e às festividades e efemérides.

A par desta instalação multimédia, a Casa da Memória tem o objetivo de se ramificar, através da criação de pontos de interesse no município. E é principalmente nisso que o prémio da EDP será uma mais-valia: irá ajudar a instalar estruturas em vinil com QR Code em vários locais do concelho, permitindo que cada visitante conheça rapidamente o sítio e a tradição a ele associada. 

O projeto da Casa da Memória pretende envolver associações, Universidades Séniores, famílias e toda a comunidade de Sines, de forma a criar um sentimento de pertença e, consequentemente, de passa a palavra, levando à preservação das tradições. O facto de ser um espaço diferente, desperta a curiosidade, fazendo com que os mais novos sejam visitantes assíduos. Mas o objetivo, para além de dar a conhecer as tradições, é também fazer com que estes participem de forma ativa. Assim, e de forma a passar os conhecimentos aos mais jovens, a Casa da Memória irá criar: 

  • Dossiês pedagógicos, em formato digital, para professores e alunos
  • Um concurso de vídeo para a captura de imagens de uma tradição
  • Uma instalação, feita pelos mais novos, a expor no Pátio das Artes
  • Uma Tradição de Família, em que uma família siniense é convidada a dar a conhecer uma tradição em cada estação do ano
  • Visitas e atividades para os públicos escolares

Para além disso, a Casa da Memória pretende ser também um espaço de capacitação turística, dando a conhecer a todos os visitantes o património da localidade. Esta é a quarta vez que projetos do município de Sines são apoiados pelo Programa Tradições da EDP. 

Pintura da cara de um homem na fachada de um edifício pequeno.

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Salvaguarda e Revitalização das Artes Tradicionais da Festa dos Tabuleiros

A Festa dos Tabuleiros é uma das mais antigas do nosso país, acreditando-se que remonta ao reinado de D. Dinis e da Rainha Santa Isabel. É uma das celebrações mais importantes em Portugal, acontecendo de quatro em quatro anos em Tomar. Por ser uma comemoração tão importante para a comunidade, enquanto ativo cultural e patrimonial e recurso diferenciador da região, a Câmara Municipal de Tomar quer ajudar a salvaguardá-la e a preservar os valores culturais dos nabantinos.

O projeto Salvaguarda e Revitalização das Artes Tradicionais da Festa dos Tabuleiros quer preservar as aptidões ligadas ao artesanato tradicional, protegendo não só os produtos artesanais, mas também as competências e os conhecimentos necessários para os fazer. Assim, o objetivo é criar condições que incentivem os artesãos a continuar a produzir a transmitirem os seus conhecimentos aos mais novos. Para isso, estão pensadas várias ações de sensibilização nas escolas do concelho, que pretendem passar o conhecimento, de forma intergeracional, do “saber fazer” relacionado com a Festa. Estas iniciativas, que abrangem todos os ciclos de ensino, têm o objetivo de motivar e incentivar os jovens a frequentar a oferta formativa do artesanato tradicional. Em última instância, o projeto Salvaguarda e Revitalização das Artes Tradicionais da Festa dos Tabuleiros irá ajudar a fortalecer os laços de solidariedade, de construção e de um sentimento de pertença.

O prémio da EDP irá contribuir para a criação de um acervo digital, que irá ajudar a dar visibilidade ao património da Festa dos Tabuleiros. Neste acervo estarão incluídas todas as categorias patrimoniais associadas à Festa, nomeadamente a olaria, a latoaria, a cestaria, a confeção de flores em papel e a confeção de rodilhas. A par disso, o projeto pretende também recolher testemunhos orais sobre as técnicas de produção de artefactos, contribuindo para a procura de significados e memórias dos objetos.

pessoas a celebrar a festa dos tabuleiros

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Voltar aos Bailes Mandados

Se há algo que podemos encontrar de Norte a Sul no país, com variações regionais, são as danças e os bailes. No caso dos bailes mandados, sabe-se que alguns portugueses tiveram a sua origem no século XIX, inspirados pela Contredanse, género coreográfico originário de França. Mas também se sabe que existe uma grande ligação entre o baile mandado e o fado, principalmente o fado com letra improvisada na hora. Do continente aos arquipélagos é comum encontrar registos de bailes que aconteciam ao som de um mandador e da desgarrada.

Para a Associação PédeXumbo, o termo baile mandado incorpora vários tipos de bailes que, em comum, têm o facto de haver um mandador que anuncia as figuras coreográficas a serem executadas. Mas, a verdade é que nem todos os bailes mandados têm a mesma origem e, mesmo em Portugal, existem grandes variações ao longo do território. Quanto à sua predominância, os bailes mandados são comuns a todo o país e continuam, ainda hoje, a ser executados fora do contexto folclórico em sítios como as ilhas do Triângulo, nos Açores, a Serra de Grândola, em Évora ou a zona do Douro Verde, no Minho. No passado, eram comuns na Beira Litoral, na Madeira, no Algarve e em toda a região Centro e o objetivo da PédeXumbo é perceber como e porque é que os bailes se mantiveram em certas zonas do país e noutras não e, também, como é que podem ser revitalizados.

Estando a falar, neste caso, de património cultural imaterial, para ajudar a preservar estas tradições é necessário passar para uma política de terreno. Ou seja, investigar os bailes e devolvê-los às comunidades. Nesse sentido, a PédeXumbo promove a música e a dança há mais de 20 anos, com o objetivo de unir a dança portuguesa com danças de outras partes do mundo, para atrair públicos novos. É necessário ultrapassar os preconceitos à volta da dança tradicional, dando-lhe alguma contemporaneidade e garantindo que possa ter alguma função para quem a dança hoje.

O projeto da Associação quer fazer com que os jovens sintam uma ligação emocional com as práticas expressivas dos seus antepassados, com o objetivo de garantir a sua continuidade. Mas, para isso, é preciso deixá-los adaptá-las às suas necessidades. A estratégia da PédeXumbo é, primeiro, apelar à universalidade da dança e, só depois, trabalhar as danças portuguesas. Assim, os eventos da Associação têm uma oferta formativa variada, incluindo workshops com grupos folclóricos. O objetivo é fomentar o diálogo com o outro (outros tipos de danças) para se valorizar o que é nosso. 

Através da transmissão de conhecimentos e da formação dos mais jovens, pretende-se que estes desenvolvam e mantenham a sua ligação com a família, o bairro ou até mesmo a região. O prémio da EDP vai ajudar a reavivar práticas expressivas e a recuperar o dinamismo das tradições e, no futuro, o objetivo é ver surgir por todo o país encontros domingueiros destinados ao baile.

Baile mandados

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Roteiros de Saberes e Sabores

Criada em 1926, na Figueira da Foz, a Sociedade Instrução e Recreio de Lares (SIRL) nasceu com o objetivo de melhorar a instrução e a cultura dos habitantes da região e também de aumentar as suas condições de lazer. Quase 100 anos depois, a SIRL apresenta um projeto de Roteiros de Saberes e Sabores de Lares, onde serão recriadas as tradições. Este projeto, que pretende ajudar a preservar o património material e imaterial da localidade, aborda dois roteiros principais: o Roteiro das Fontes e Lavadouros e o Roteiro do Grão ao Pão.

O Roteiro das Fontes e Lavadouros tem como objetivo preservar e conservar as fontes, lavadouros e outros locais emblemáticos de Lares, que eram utilizados não só como pontos de abastecimento de água e de lavagem de roupa, mas também como pontos de encontro social. Para ajudar à sua preservação, irão ser recriadas as vivências de antigamente, com a recuperação de utensílios, canções, contos e histórias de época, através da passagem de conhecimento dos mais velhos para os mais novos.

Já com o Roteiro do Grão ao Pão, o objetivo é preservar as tradições associadas ao trabalho nos campos e nos montes, especialmente nos campos de arroz. Para isso serão recriadas duas das tarefas mais difíceis, a monda e a ceifa. Para além disso, irão ser também realizados workshops sobre as formas de fazer utensílios essenciais, como a vassoura de giestas, as pás de madeira ou os ancinhos. Aliado a este roteiro estão os sabores da terra: as broas e o pão feitos em fornos de lenha e as papas de moado. 

Estes dois roteiros irão abranger várias tradições e costumes, que ainda perduram na memória dos mais velhos, mas que se não forem passados às gerações mais jovens, corre-se o risco de os perder no tempo. O projeto do SIRL envolve várias valências culturais da associação, incluindo a Academia de Música, composta por vários jovens, e equipas multigeracionais encarregadas de promover o projeto. O grande objetivo é criar experiências que possam ser vividas por todas as gerações, através de atividades para todas as idades. 

O prémio da EDP, muito mais do que uma ajuda monetária à construção das oficinas para a realização dos workshops, é um importante impulsionador das tradições, raízes e identidade coletiva de Lares. A verba cedida irá ajudar a juntar a comunidade, para que possa trabalhar e garantir a preservação das artes da localidade. Está prevista a realização de workshops para a construção de alfaias reais e em miniatura e para a confeção do pão, da broa e de outras iguarias. Para os mais novos, as experiências baseadas nas tradições serão adaptadas de acordo com os seus interesses, utilizando, por exemplo, jogos tradicionais, jogos interativos, peddy papers, passeios de bicicleta ou a cavalo e até as redes sociais para integrar as tradições e os costumes. 

As experiências integradas nos roteiros serão disponibilizadas tanto aos jovens das escolas do concelho e arredores, bem como a turistas que visitem a região.

Roteiro de Saberes e Sabores

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"Os Barrocos" da Olaria de Paranhos da Beira e Carvalhal da Louça

Criada em 1992, a Associação de Artesãos Serra da Estrela nasceu com o objetivo de identificar e organizar a capacidade de oferta dos artesãos do concelho. Hoje em dia, a Associação é muito mais do que isso: para além de querer empoderar os artesãos, reconhecendo-lhes um conjunto de conhecimentos que fazem deles alguém especial, pretende também promover os usos e costumes das comunidades, através de formações práticas, como o “Bordado de Castelo Branco”, a “Cerâmica e Olaria Tradicional” ou o “Corte e Costura de peças em Burel”, e formações teóricas no campo do empreendedorismo e da cidadania.

Para incentivar os mais jovens a aprenderem estas tradições, a Associação promove parcerias com as escolas, com base na formação de professores que frequentam as ações da AASE. Para além disso, a Associação está sempre disponível para co-organizar jornadas de trabalho com crianças, de forma gratuita, em que dão a conhecer aos jovens as artes e ofícios tradicionais. 

O prémio da EDP irá ajudar a trazer mais conforto a todos aqueles que fazem da Associação o seu local de aprendizagem, ensino e estudo das artes da olaria, cerâmica, vidro fusão, azulejaria, pintura decorativa e tantos outros ofícios. Na prática, a verba cedida permitirá aumentar a área de formação, melhorar a qualidade do espaço e reforçar a iluminação artificial, sendo, então, possível distanciar os formandos (um requisito que passou a fazer parte das nossas vidas), bem como aquecer a sala e ter melhores condições de iluminação para trabalhar. 

Futuramente, e depois das obras de melhoria concluídas, o objetivo é dar oportunidade às escolas, ATL’s e todos os grupos organizados de conhecerem e ajudarem a manter viva a arte da olaria.

barrocos

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PAPACHURRA - Revitalizar o cobertor de papa elaborado com lã churra

Foi em 2018 que um grupo de pessoas, incluindo artesãos do cobertor de papa, uniram-se e criaram a Associação O Genuíno Cobertor de Papa. O objetivo era que o autêntico, artesanal e tradicional cobertor não desaparecesse, já que este foi, em tempos, um dos principais agasalhos dos portugueses e foi responsável pelo desenvolvimento da indústria têxtil na Serra da Estrela. Neste momento a A.G.C.P. é o único local do mundo onde o cobertor de papa é criado de forma tradicional, utilizando-se as técnicas e processos de antigamente.

Mas é preciso ir mais longe. A salvaguarda e a continuidade do cobertor de papa passa, inevitavelmente, pelo envolvimento das escolas. Assim, é necessário começar a atrair as crianças frequentadores dos jardins de infância e escolas de 1º ciclo, pois, para além de ser nessa idade que mais facilmente se aprende, é também nessa altura que a ligação entre as crianças e a natureza é mais forte. Ainda antes do confinamento de 2020, a Associação recebia visitas de alunos, que ficavam a conhecer todo o processo de fabrico do cobertor de papa, desde a criação das ovelhas até à manipulação da lã nos teares. No entanto, agora, é necessário levar a A. G. C. P. às escolas de forma a completar o ciclo, através, por exemplo, da construção de teares que possam ser utilizados para as crianças darem os primeiros passos na tecelagem.

O Programa Tradições da EDP permitiu a criação de várias parcerias que têm como objetivo implementar o projeto PAPARRUCHA e que envolvem diversas entidades, como os produtores de lã churra, a Junta de Freguesia de Maçainhas, a Associação Desenvolvimento Turístico Aldeias Históricas de Portugal e a Rede iNature - Turismo Sustentável em Áreas Classificadas. A Associação conta, ainda, com a colaboração da Universidade da Beira Interior, que ajudará na divulgação do projeto através da produção e difusão do conhecimento sobre as várias áreas que estão envolvidas no ciclo de produção do cobertor de papa. Na componente de formação, o projeto conta também com a parceria do CEARTE. Foram igualmente estabelecidos contactos com a Câmara Municipal da Guarda, a Associação Luzlinar e a Comissão da Guarda 2027 (Candidatura da Guarda a Capital Europeia da Cultura 2027), no sentido de articular este projeto com outras iniciativas de cariz cultural desenvolvidas no concelho. 

Todo o projeto será acompanhado pela criação de uma identidade gráfica e de uma página web, onde serão dadas a conhecer a história do cobertor de papa e todas as vertentes e atividades do PAPARRUCHA. Essas atividades, que incluem a realização de workshops, seminários, jornadas e outros eventos pretendem, para além de divulgar o conhecimento em torno do cobertor de papa, criar um conjunto de rotas turísticas à volta desta tradição. 

Mas mais do que preservar o tradicional cobertor, o projeto PAPARRUCHA pretende ter também um efeito a montante da sua produção, já que a valorização do cobertor de papa é fundamental para ajudar a valorizar a lã churra e, consequentemente, a preservar as raças Ovelha Churra do Campo e Ovelha Churra Mondegueira, que estão em risco de extinção.

senhor a trabalhar no fio

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Escolinha da Seda

Freixo de Espada à Cinta é o único local na Península Ibérica onde a seda ainda é trabalhada à mão. A arte é património imaterial e é característica do município. Pelo seu aspeto diferenciador, a seda tem potencial para atrair novos públicos e é daí que nasce a pretensão da Câmara Municipal de a querer preservar.

O projeto da Escolinha da Seda, que é uma escola de artesãos, tem como objetivo explicar a arte de trabalhar este material aos mais novos, transmitindo os conhecimentos necessários aos alunos de Freixo de Espada à Cinta, já que é através deles que ela pode ser preservada. Assim, a ideia é criar um intercâmbio entre o município e os agrupamentos de escolas, desenvolvendo-se ações de formação e outras dinâmicas para conseguir cativar as crianças e os professores a que vão visitar a Escolinha da Seda, que será instalada no Museu da Seda.

O prémio da EDP vai ajudar no desenvolvimento da Escolinha e na inventariação de todo o contexto em torno da seda, de modo a que esta arte possa ser reconhecida como património imaterial classificado. Mas, mais do que isso, a associação ao Programa Tradições será uma mais-valia, já que ajudará a alavancar e projetar a arte de trabalhar este material. Futuramente, o grande objetivo passa por conseguir tornar a seda Património Mundial da UNESCO.

escolinha seda

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Requalificação do Linho Artesanal

A FURNA - Associação dos Antigos Habitantes de Vilarinho da Furna foi criada em 1985 com o objetivo de defender, valorizar e promover o património cultural do antigo povo do município. Hoje, e numa tentativa de combater o desaparecimento de culturas e tradições, devido ao envelhecimento da população, a associação quer requalificar e fazer renascer o linho artesanal, um ícone da identidade local.

O projeto, que insere jovens no mercado de trabalho, oferece oportunidades de rendimento a todos aqueles que queiram aprender um novo ofício. O prémio da EDP será uma mais-valia, já que permitirá modernizar as estruturas existentes, investir na formação de mão de obra local, criar uma identidade própria para o produto e colocá-lo nos mercados internacionais, para além de fortalecer economicamente a comunidade local. 

O projeto da A FURNA irá ajudar, ainda, no desenvolvimento de pequenas comunidades, a partir de identidades próprias, de forma sustentável, com baixo investimento, mas com um grande valor de mercado

oficina artesanal

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Festas do Império do Divino Espírito Santo de Alenquer

Com já 700 anos de história, as Festas do Império do Divino Espírito Santo foram instituídas em Alenquer pela Rainha Santa Isabel e pelo Rei D. Dinis. Interrompidas há cerca de 200 anos, as Festas reconstituíram-se uma única vez, em 1945, e renasceram depois, em 2007, sob o lema “O Espírito Santo sopra onde quer”. Desde então, as Festas têm vindo a ganhar cada vez mais popularidade entre a população e os visitantes, tendo levado, até, à geminação com a cidade de Angra do Heroísmo e ao estabelecimento de um protocolo cultural com o município de Ponta Delgada. Com o objetivo de levar as Festas ainda mais longe, o projeto da Câmara Municipal de Alenquer pretende, agora, criar uma Rede Mundial das Cidades do Espírito Santo, criando laços entre as várias comunidades.

O projeto contará com o prémio da EDP para ajudar à construção da componente material, a Sala do Espírito Santo, que ficará em exposição permanente no Museu Municipal. O objetivo é levar as gerações futuras a visitarem a exposição, participarem nas sessões de dinamização e construírem o futuro da tradição tendo por base o conhecimento histórico. A par da Sala do Espírito Santo, o projeto prevê ainda a colocação de sinalética quer nos locais de culto associados, quer na via pública, o que dará ainda mais visibilidade ao projeto e à tradição.

Para além disso, e considerando que parte significativa das atividades passa pela formação de jovens nas artes de tocar gaita de foles e de fazer flores, serão desenvolvidos vários workshops. O projeto propõe-se, ainda, a elaborar um estudo ativo sobre a tradição cultural imaterial, estudo esse que implicará a ação e a estreita proximidade com as pessoas. Este estudo inclui, ainda, a organização de publicações físicas diversas (livros, brochuras e folhetos), a preparação e publicação de uma exposição virtual, a recolha de entrevistas em vídeo aos atores da tradição (o povo de Alenquer) e a criação de documentários.

Santo Alenquer