A edição passada

As candidaturas para a 3ª edição do Programa Tradições decorreram em setembro de 2018 de onde foram selecionadas 9 das tradições mais genuínas da cultura popular portuguesa, disponibilizando cerca de 250 mil euros para o seu desenvolvimento.

Nesta edição, o Programa Tradições associou-se ao Ano Europeu do Património Cultural com o objetivo de chamar a atenção para o papel da cultura e do património no desenvolvimento social e económico na Europa e nas suas relações externas, e motivar os cidadãos para os valores comuns europeus.

Este programa tem como objetivos valorizar as culturas/tradições locais estimulando a autoestima das comunidades, ajudar a criação de novos públicos, garantindo que as novas gerações valorizam e integram as artes e os saberes populares evitando a extinção das mesmas e contribuir para o desenvolvimento e dinamização local, sendo uma forma de combater a desertificação do interior do país.

Carrejadas

Promotor: Conselho Diretivo dos Baldios do Cabri

Este projeto pretendia promover e valorizar a cestaria, retomar o cultivo dos currais de lagoa, facultar formações em artes, ofícios e técnicas ligadas aos trabalhos agrícolas, como fazer malhos, como fazer meroucas e chapelas, como segar e malhar o centeio,  como colmar, como fazer muros de pedra solta, como lavrar com o gado,  promover os trabalhos comunitários, Vezeira, Carrejada e Sementeira.

O projeto conseguiu no seu âmbito realizar as ações de capacitação previstas para a recuperação destas técnicas artesanais, retomando também o trabalho comunitário maioritariamente através de jovens. Juntamente a estas ações foram formados guias locais, por forma a divulgar e valorizar o património natural, cultural e humano. Foram ainda criados novos ecossistemas naturais para nidificação da perdiz e do coelho bravo, aquando da realização da sementeira de dois currais.

carrejadas

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Almoce e Jante Connosco

Promotor: Associação do Turismo de Aldeia

O projeto consistiu numa experiência inovadora, através duma refeição confecionada e servida pelos seus habitantes/anfitriões, que abriram as portas de sua casa aos convidados, que sentados à mesa, em convívio com os familiares destes, tiveram a oportunidade de conhecer as histórias e vida da aldeia numa faustosa refeição de gastronomia tradicional, com uma contribuição dos convidados.

Através da criação de um circuito comercial de experiências turísticas, a revitalização da gastronomia e estórias das aldeias permitiu impactos diferentes, de ordem económica e social, tais como: o aumento da valorização pessoal e da autoestima dos habitantes, o reconhecimento do valor das tradições e dos recursos endógenos da aldeia, logo a recuperação da identidade comunitária, a diminuição do isolamento, o aumento dos rendimentos das famílias e da comunidade em geral.

zoom a uma mão a pegar um prato de comida

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Rio Douro – Um Povo de Remadores

Promotor: Centro de Recreio Popular de Arnelas

Entre as tradições que definem a identidade do “Povo do Rio Douro” está a tradição lúdica da realização de corridas de barco. Este projeto pretendia formar novos remadores habilitados a remar e navegar pelo processo tradicional em barcos pescadores do baixo Douro e desenvolver a prática dos remadores já formados. Adquirir quatro barcos pescadores e dezasseis remos, disponibilizando os meios necessários à manutenção das corridas tradicionais e à prática desportiva da navegação tradicional no rio Douro. Proporcionar oportunidade de construção e manutenção dos barcos ajudando a preservar esta atividade artesanal tradicional.

Foi tratada a construção dos quatro barcos com um construtor, os quais foram construídos e pintados no estaleiro tradicional e que aguardam para poder sair para o rio, levando a cabo as sessões de prática de remo e navegação tradicional.

pescadores em barcos

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Esparteiro – Artes de entrelaçar

Promotor: Município de Abrantes

O projeto propôs-se a efetuar o levantamento da história da atividade artesanal ligada às técnicas de produção em esparto, tanto das seiras e capachos usados nos lagares de azeite tradicionais como de outros produtos que, entretanto, passaram a ser produzidos (tapetes e carpetes). Este registo foi produzido em suporte escrito na forma de um livro apresentado à comunidade e em suporte vídeo através de um documentário.

Ocorreram diversas ações de formação maioritariamente com jovens, para a construção de instrumentos tradicionais em esparto e para o fabrico de seiras/capachos . Esta capacitação das novas gerações, alguns dos quais com necessidades especiais, garantirá a salvaguarda e continuidade desta arte tradicional.

Foram programadas exposições dos objetos produzidos e a divulgação foi conseguida em vários momentos em festas regionais e feiras de tradições e saberes junto da comunidade, tornando-se esta prática tradicional num ícone da cultura popular do concelho de Abrantes.

tapetes

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À (re)descoberta do Cofo e sua Arte

Promotor: Grupo Recreativo Vilaverdense

O projeto teve como objetivo maior manter a arte de trabalhar o cofo e reavivar a tradição da sua identidade cultural, através da criação de oficinas e ações de formação com gerações mais jovens. Ainda fomentar a discussão pública através da realização de um workshop com especialistas do salgado, recriação da travessia do Mondego no batel do sal e cortejo até ao centro da aldeia, com animação e degustação do pescado do rio.

Foram organizadas sessões de apanha do junco em três locais diferentes e posteriormente criados vários produtos utilizando essa matéria-prima nas quatro oficinas de aprendizagem criadas para o efeito. Foi feita a venda e divulgação do cofo em diversos pontos de comércio local, posto de turismo e Núcleo Museológico do Sal.

cestos de vime

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Promoção e construção artesanal de Bombos, Caixas e Pífaros

Promotor:Pinus Verde

O projeto trabalhou a preservação e proteção das especificidades dos Grupos de Bombos e dos saberes associados à construção de bombos, caixas e pífaros, executada por alguns artesãos no concelho. Isto, através de ações que permitam a efetiva transmissão deste singular saber-fazer, como: sessões de formação da construção artesanal de bombos, caixas e pífaros, por forma a efetivar a transmissão deste saber-fazer; a criação de uma oficina dedicada à construção destes instrumentos; o incentivo à transmissão intergeracional da construção e toque dos instrumentos, promovendo a salvaguarda da tradição.

Foram efetivadas diversas ações de formação e sessões de visitas escolares à “Casa do Bombo”, com demonstração e aprendizagem da construção dos instrumentos. Quanto à divulgação desta arte, foi efetuada uma exposição e lançado um catálogo com as peças desenhadas, sendo também comunicados ao vivo no Festival Chocalhos – Caminhos da Transumância.

bombos

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Das Artes e Ofícios Tradicionais de Penafiel

Promotor:Município de Penafiel

Numa fase inicial, o projeto passou pelo registo (documental, fotografia e vídeo) dos artesãos ainda no ativo - suas memórias, técnicas, produtos e espaços de trabalho - com tratamento da informação recolhida para divulgação num portal on-line.

Foram realizadas ações de formação e workshops intergeracionais, potenciando o desenvolvimento da aprendizagem das tecnologias tradicionais em simultâneo com a estimulação da criatividade, para que as velhas técnicas possam dar origem a novos produtos, e assim contribuir para uma continuidade sustentada destas artes tradicionais. Em duas das ações com alunos do Ensino Secundário e Superior, foram produzidas pelos formandos um total de 54 peças.

Nas atividades foi prevista uma exposição temporária dos trabalhos realizados pelos alunos e artesãos, que se realizou no Museu Municipal de Penafiel e recebeu um total de 2839 visitantes. Foi também construída uma plataforma digital on-line, onde se encontra carregada a informação recolhida.

senhor a criar um cesto de vime

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As contradanças e quadrilhas enquanto património cultural imaterial na região duriense

Promotor: NEFUP – Núcleo de Etnografia e Folclore da Universidade do Porto

Objetivo de preservação das contradanças e quadrilhas durienses enquanto património único no país e a sua candidatura ao inventário nacional de património cultural imaterial. Dada a dificuldade em dançar contradanças em situações de baile, fruto da escassez de mandadores e/ ou de dançadores que ainda saibam obedecer aos mandos. O projeto propôs-se a contactar outros grupos existentes para identificar, registar e comparar coreografias, mandos e peças musicais, criar canais de comunicação e momentos de partilha entre todos os interessados e proporcionar experiências de contacto e formação de novos mandadores e dançadores.

Foram estimados vários eventos com o intuito de reanimar a prática do baile mandado de norte a sul do país, no entanto devido às restrições foi apenas possível a realização de uma apresentação. Optaram por novas formas de divulgação desta prática, sendo que foram emitidos episódios lúdicos no programa “Pausa para Dançar” numa rádio nacional, e ainda foi criado o podcast “D’Agora e D’Outrora”para desta forma conseguir a partilha entre as comunidades.

imagem a preto e branco, de outra época, com pessoas a dançar

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Dizeres

Promotor: Município de Sines

Existe um falar em Sines, próprio das comunidades locais, que os muitos munícipes desconhecem e que, neste momento, se encontra em risco de esquecimento. Este falar reflete as vivências das comunidades aqui fixadas antes dos anos 70, cujas ligações a atividades específicas - como a pesca, agricultura, a indústria da cortiça – se encontram em regressão e com elas estão a desaparecer os falantes detentores dessa memória linguística e cultural.

Para salvaguardar este património imaterial, começaram por ser feitas ações de recolha de expressões em arquivos, documentos bibliográficos e entrevistas a membros das comunidades locais. Posteriormente foram realizadas três oficinas para o ensino das expressões específicas e seu significado entre diferentes gerações. Houve também a elaboração de um glossário em suporte digital com publicação na página dedicada ao projeto.

uma senhora sentada a assistir a uma palestra